A CANECA
DE ÁGATE
Marcia
Mendes
Na
lembrança
Encontro
a bacia antiga de metal,
A caneca
de ágate rachada,
O tacho
de cobre brilhante,
O
abanador de palha dependurado,
Sobre o
fogão de lenha maltratado.
O mar
muito verde
Da rede,
meu olhar menino encontrava
Testemunhando
a poesia com ternura cantada
Com a voz
que a emoção embargava
A
docilidade, meu avó ensinava.
Ali
morava a jaqueira, a pedra,
O pé de
abio doce e o regato quase seco
A solidão
desta manhã fecundou a fértil memória
Da menina
sardenta e magrela
Que de
tranças sonhava descalça
Com um
amor maior que seu avô.
Um dia
cruzei o tempo
No
espelho a quase senhora
Enxerga o
eco das vozes
Das
velhas lembranças de outrora
Silente
neste poema
A saudade
me devora.
RASTROS
Marcia
Mendes
A lua
branca antecipou-se na tarde gris,
Entre as
flores que brilham
Plantadas
no azul,
Tão azul
do céu de dezembro...
Solstício
de inverno próximo,
Prenunciando
o verão urgente.
Acendi
minha alma
Com todo
o amor que consegui sentir
Resgatei,
do meu baú de guardados,
A
esperança.
Renovei
desejos,
Adormeci
todas as dores,
Deitei no
travesseiro da ilusão
E sonhei
a felicidade.
Fechei
meus olhos para as trivialidades
Até que
pudesse enxergar
As coisas
que realmente importam
Vaidade?
É
invólucro da alma que cega...
Hipocrisia?
É mentira
em ato,
É a
insinceridade do sincero
Que
arduamente vive
Verdades
sangrentas.
Perdoei,
sorri
Cresci para
fora do meu desespero
Na dor,
alarguei minha visão.
Não quero
a mediocridade,
Contorno
da moderação,
Não!...
Meu
desejo vai além das pequenas felicidades
Coleciono
borboletas na alma
E amo...
Amo tudo
que me torna mais do que sou.
Ousei
enxergar através do véu da consciência
Onde
habitam minhas forças mais primitivas
-
Instinto, mote de meus desejos.
Foi aí,
que dancei com vento
Nua sob
aquela lua...
Naquela
tarde.
Brinquei
no mar,
Como a
menina que fui...
Voei com
as aves marinhas
Contei as
flores do céu...
Brinquei
de esconde-esconde
Com meu
próprio rosto no espelho.
Com as
linhas do passado,
Desenhei
o futuro,
Mastiguei
o tempo.
Tive a
alma desassossegada no inverno
Bebi água
dos temporais
Caminhei
em conchas quebradas
Vinquei o
cenho e mascarei a dor...
Tomei chá
de algas na casca do caracol que encontrei na praia
Vomitei
rancores
Todos!
Não ...
Não
espero que a vida seja flor sem espinhos
Ganhos
sem frustrações
Delícia
sem dor
A morte
passa e não deixa rastros
A cada
despertar de uma nova ilusão
Caminho
mais cuidadosa entre as picadas
- Das
densas florestas por onde passo
Sempre
tive olhos de Argus
Tendo a
exata percepção
Que
tempestades, vem e vão,
Incontroláveis
Fortaleci-me
a cada insegurança...
Vivendo
intensamente os vãos da calmaria
Movimentei-me
sobre as vagas,
Das mais
diversas intensidades,
Até que a
certa me pousasse em porto seguro
Presa
fácil da paixão e do belo
Respiro a
arte que se apresenta
Amadureço
com luminosidade
Sou hoje
parte de mim que sobreviveu ao vento de ontem
E a
criança que um dia fui
Ainda
está comigo
Presente
a cada tempestade
- A cata
das pétalas que despencaram do meu ser
Ajudando
o recomeço.
Não quero
viver por acidente.
Não, isso
não!
E a morte...
Que venha
no momento certo
No
instante preciso de minha hora
Abraço minha
solidão.
Quando
estou só, sou eu mesma no meu silencio
Mas peço,
peço, peço!...
Que
ninguém venha roubar-me esta solidão
Sem ser
companhia...
Hoje a
vida me tirou pra dançar
E eu
aceitei o convite.
MORTE
Marcia
Mendes
Papel em
branco?
Não temo.
Temo a
morte que tem cara feia
Que faz o
coração se soltar do peito
E sangrar
E doer...
Morte tem
cara?
Chega sem
que se espere
Entra sem
ser convidada
Suspendendo
amores
Interrompendo
dizeres
Levando
pessoas
Sei lá
pra onde...
Trazendo
saudade.
Mal-educada,
atrevida, insolente!
Morte é
fio cortado
É esquina
dobrada
É rosto
escondido
Dona
Cotinha, carpideira convicta
Diz que
já viu:
É mulher,
veste preto e cheira a terra
Pro padre
ela não tem rosto.
Pensando
bem morte deve ser homem
Veste
branco e cheira a flores.
Somente
ela foi capaz de acabar
Com dores
intermináveis,
Sofrimentos
inaceitáveis,
Viveres
mortos,
Isolamento
de tudo...
É a morte
um exílio?
Não sei,
pode ser...
Só sei
que
Não sei
morrer.
ANJO
NEGRO
Marcia
Mendes
Numa
manhã de sol tímido
Mar
brando rumorejando ao fundo
O
impalpável da paixão,
Tocou-me
como a brisa
Indefinível,
etérea, suave...
Transubstanciação
da mais profunda essência,
Dos mais
rudes e antigos instintos,
Vontades
que impelem e agitam as almas.
Senti seu
gosto no beijo
Seu
cheiro, seu toque
O seu
calor...
Cobriu
seu corpo de conchas...
Desejos eram
expelidos
Pelos
poros da sua pele
Colhi-os
todos -
Florimos
em amor
No mar.
Mas foi
no calor da tarde
Que olhei
seu corpo,
No
definitivo silencio supremo da expressão
Belo
macho, ancas marcadas,
Carnes
firmes,
Com toda
a sua mulatice –
Ensinou-me
a navegar
Por mares
distantes
Des-conhecidos...
Corpos
entrelaçados
Mergulhamos
em águas profundas
Sem medo...
E no
frescor da noite
Deitado
na areia úmida
Meu anjo
negro dormia
Depois de
experimentar os venenos
Guardou a
quintessência...
A
inefável loucura de cultivar na alma
A força
sobre-humana do amor
Suas asas
aqueciam meu corpo
Seu
hálito respirava o meu hálito
Seus
olhos viam os meus olhos
Voamos
por entre nuvens de prata,
Sob o céu
florido de estrelas -
Clareado
pelo luar.
Despertei
alta madrugada
O céu, um
azul inominável
A lua
prateava o mar
E a maior
estrela que habitava o céu naquela noite
Jogou-se
na areia! ... extasiada ...
Meu corpo
saciado,
Ja-zia,
Enfeitado
de algas verdes e corais,
Por suas
mãos -
Sábias...
De
firmeza e-xa-ta...
O
silencio presente,
De
efeitos decisivos,
Revela
nas entrelinhas
Mais que
palavras efetivamente pronunciadas...
Eros
gravou nossos nomes
Na areia
branca daquela praia
Daquele
mar calmo,
Que de
tão verde pintou-me os olhos...
A maré
subiu
Nossos
nomes não mais foram apagados
Marcados
já estavam
No
desconhecido do universo
Na
totalidade do ser, na totalidade da vida...
Possuímos
a verdade da alma
E a
verdade do corpo
Na
indeterminância da travessia
De sermos
nós.
IANSAN
Marcia
Mendes
Oyá,
soberana senhora
Beleza
encantada da natureza
Murmúrio
de devoção e proteção
Do
redemoinho das canções dos ventos
Fulgura...
insolente dama
Figura de
estonteante beleza
Flameja e
perfuma os ares,
Quando
tudo aquilo em que se acredita
Torna-se
a mais perfeita realidade.
Dança,
senhora, dança...
Dança a
chuva e avermelha o vento
Colore o
dia, varre a tristeza
Vivifica
emoções
Surge
altiva na madrugada
Clareia
os espaços por onde passa
Cega os
olhos com quem guerreia
Congela
olhares, atiça o fogo
Aprisiona
com seu remelexo
Todos os
corações desatentos.
Reina,
senhora, reina...
Reina única
nos nove céus
Raio-mulher
que incendeia a paixão
Desejo
incontido, louco desvario
És
coração batendo mais forte,
És vida...
Rosto de
silencio e olhar rascante
Umedece
os corpos e os entrelaça
Na
tempestade mágica do amor
Olha,
senhora, olha...
Com olhar
que magnetiza quem ousa fitá-la
Deusa
negra de tantos deuses
Falta de
medo e total fascínio
Delírio
das estrelas
Seu amor
é amor enciumado
És
impulsão sem limites
És fogo
ardente, semblante que encanta,
Explode
em fogueira ardente de sedução
A fúria
da paixão incontida
Rodopia
senhora, rodopia...
No
vendaval que antecede o aguaceiro do fim de tarde
És raio
que ilumina, amor que enlouquece
És
mistério jamais revelado
Dos
repentes e explosões descontroladas
Rasga o
peito dos amantes
Com rosas
vermelhas da paixão sem limites
Atiça
senhora, atiça...
Nasce do
fogo seu desatino
Move os
ares e avermelha o céu
Mulher
indomada da sinceridade
Veloz
como o tufão
Espalha a
magia do amor
Faz do
caçador
Eterna
presa
Segredo
da vida e da morte
Da guerra
e da paz
Protege,
senhora, protege...
Guerreira
poderosa dos mistérios do entardecer
Erva
prata que brilha nas noites de luar Senhora do tempo...
Pura
magia da brisa que refresca a tarde quente
Anoitece
o dia e mostra sua fúria
Nas
tempestades das emoções de todos nós
Maga da
luz Senhora que vive em mim,
Iansan
Oyá de mim.
O
DESCONHECIDO
Marcia
Mendes
Mar
preguiçoso, imponente,
Moço
galante!
Caminho
descalça,
Sobre os
grãos brancos, finos e frios,
Da areia
Nesta
fresca manhã de novembro
Que foi
pintada com as cores da melancolia.
O Tempo
passa
Trôpego,
lento, carcomido por si mesmo
Encolhido...
As gaivotas
rasgam o céu,
À procura
de alimento
As vagas
quebram o silencio -
Impossível
dos oceanos
Minha
sombra, me duplica
Denunciando
a tristeza
De minha
alma inquieta
Penso - sem
querer pensar
Na vida
que me come inteira.
E a dor
que range no peito,
Transborda
em rio de lágrimas
Que
deságua no mar da desilusão.
Meus
mistérios ressoam na música que ouço
E no
vento cortante que me sangra o peito.
Tenho a
impaciência dos fracos,
O amor
por virtude,
E a
incerteza que não sei sentir...
Tive um
bardo que me recolhia o pranto
Um abraço
que me apertava o tanto
O beijo
que me atingia a boca, o corpo, a alma
O bálsamo
certeiro que drenava
Qualquer
coisa da minha dor
Não mais...
Passa o
desconhecido,
Maltrapilho,
cabisbaixo, triste
Começa o
dia
À procura
da droga que o sacia
Da sede
do tudo que o fez ranger de horror
Vida,
vida, vida...
Inútil,
fútil, servil
Esperança
que se esvai no tranco
Que
sofremos nas noites sombrias
De nós
mesmos.
Sento na
areia e cruzo os braços
Senta o
homem também
Nos
olhamos mutuamente
Naquilo
que primeiro se mostra
Nossos
olhos se acham...
E no
espelho, nos reconhecemos
Humanos,
irmãos, iguais
Cada qual
com sua sina
A flor da
morte se aproxima
Exala seu
odor persistente.
No rastro
do desamparo
Ele e eu
unimos as palmas de nossas mãos
Uma suja,
outra limpa
Uma
grossa, outra fina
Uma
amparando, a outra também.
Sorte ou
azar
Cultivamos
qualquer planta que ali crescia
Na pureza
do sentimento
Quase
desgastado...
Do amor
Barcos
encalhados na areia...
Do
lodaçal emergimos
Da metáfora
corrosiva,
Reerguidos!
E com a
ganância dos lutadores
Mergulhamos
no mar verde da esperança
O
desconhecido e eu
Humanos,
irmãos, iguais
Em amparo
mútuo
Um
amando,
O outro
também.
VAGUEZA
Marcia Mendes
Velho mar
que vem e vai
Que me
trazes a cada vaga
De tuas
confiáveis marés?
A concha
vazia de pérolas
Que se
vai e se volta
E rola na
areia sem rumo?
Ouço,
Na
intimidade do meu silencio,
Teu
barulho que fala secretamente aos meus ouvidos O inexprimível do bocado do
amor:
Do bocado
que sinto
Do bocado
que eu dou...
Sem
porquês!
Faz
tempo,
Deixei
meus porquês respirarem...
Suspendi
a necessidade de tanto fazer –
Tantos
fazeres cegam e aprisionam
Todos!
Humanos,
cegos e presos
Sob o céu
de milhares de olhos
Distantes,
brilhantes, cadentes,
Condescendentes.
Do mar
tomo a vagueza, a magia,
E o sabor
da poesia que me é ofertada,
O amor
que chegou e desconheci,
O desejo
que mesmo já fecundado se desgarrou de mim,
Roubo-lhe
o movimento
O
balançar do corpo solto,
Pra lá e
pra cá,
Ao som da
canção da saudade.
Acalenta-me
saber que há
O
reinicio a cada manhã!
Aquele
singelo abrir dos olhos para viver o prosaico cotidiano –
Dos
pequenos comezinhos,
Que vivo
como milagres da existência
Pois
prefiro o frescor das descobertas
À indisfarçável
discrição.
Rio,
choro, desejo, amo,
Se
feminino, sangro!
Aquilo
que sempre me acompanha,
Se
nomeio, me sombreia
Vivo com
os sonhos que me movem
E com as ilusões
que me comovem.
Prefiro a
verdade que me sabe mentir
Caminho
nas pedras do real com cuidado, E algum fascínio.
Só há um
véu que me separa da realidade
Se dura,
mordo com força!
Tomo
fôlego e volto aos sonhos
Pois o
suportável - só é suporte a certa medida.
Ouso
Se não
ouso me perco
O que me
fere, como
Se me
machuco remendo
E se vivo
a remendar-me
É porque
sei que meus remendos
Me
recompõem
Se sou
colcha de retalhos
Posso bem
ser tapete mágico
Que me
leva aos ares.
Nos altos
voos da minha sensibilidade
Dependuro
meus olhos
Na nuvem
dos meus sonhos
Assisto a
beleza e me rendo:
À magia
das trevas que fogem com a aurora,
Ao sol
dourando o céu crepuscular,
À estrela
que quase pego
À lua
ainda se ajeitando para iluminar a noite
Ao
encanto da flor que se abre em pétalas,
À dança
das luzes...
E quem
sabe um dia
Ao
ascender à alma,
Encontre
o Amor que criou isso tudo?!
Marcia
Mendes
A MULHER
QUE VIVE AQUI
Marcia
Mendes
Depois de
sentir a dor da dor se formando no peito
Esperei o
tempo da primeira lágrima se formar
Solucei o
sentimento
E soltei
todo o pranto contido
Da vida
inteira...
Quantas
lágrimas retidas...
Quanto
choro não chorado...
Quanto
cinza escondido
Nas
dobras da vida bandida...
Deixei
que o vento me varresse a alma
Em todas
as esquinas e cantos
Que venha
a chuva e me lave toda
E libere
o tão contido coração
Para que
pule, corra e até pare
Pois que
já, o cansaço é tanto...
No céu, a
gestação da chuva
Em
perfeita e rápida evolução
O fogo
dos raios que clareiam o chumbo,
Rasgam o
escuro e mergulham
No oceano
da melancolia
Que
encolhe e alanceia a alma.
Subo no
rochedo debruçado ao mar
Com a
força da águia enfrento a tempestade
Há um
anjo dentro de mim
Que me
leva ao mundo dos sonhos
E
livra-me do vazio do amor
E de tudo
que sem ser arma
Choca e
fere.
Dentro do
trovão há um silencio,
Gostoso
de se ouvir...
Embalada
no sonho do anjo
Durmo a
ilusão de ser feliz
Para
acordar depois
De
coração pacificado
Já
desperta, canto
Canto,
canto...
Canto
para seduzir a alma
No beiral
do oceano aberto
Como a
sereia reclinada à pedra
Que com a
sonoridade do amor
Colore o
cinza que passou
Ah
silencio...
Que tanto
tens a dizer?
Ouço a
sonoridade do vento
Sinto o
perfume do amor
Planto as
flores da esperança
Fascínio
e sedução
Magia e
arte se incumbem
De achar
o precioso perdido
Da mulher
que vive aqui.
FANTASIA
Marcia
Mendes
Tive
lágrimas que não soube chorar
Dores que
não consegui sentir
Mágoas
que não se fizeram palavras
E
silêncios que nunca se calaram.
Conheci
pausas no centro de calmarias
Passei
por tempestades quentes e ventos gelados
Como o
inverno no alto daquela cordilheira
Só, eu e
minha alma
Que à
época, nos desentendíamos
O bom é
que, como amantes no auge da paixão
Nos
reconciliávamos rapidamente
E
fazíamos amor por longos dias
Até nos
aquecermos, mutuamente.
Conheci
saudade presente,
Amores
prementes,
Desamores
urgentes
Presenças
absolutamente ausentes,
Que me
ensinaram o que é solidão
Tive um
tempo que não conseguiu passar:
Longos
dezembros, curtos janeiros
E maios
que nunca chegaram
Vi
primaveras sem flores
E verões
ge-la-dos...
Viajei
pro estrangeiro
Encontrei
um mundo de sentimentos e emoções
Desconhecidos
...
Travei
batalhas sem soldados
Me perdi
em labirintos
Mas não
soube ser uma Ariadne!
Vi um céu
de dragões flamejantes,
Comi
maçãs envenenadas
Antes de
ser Lilith , fui Eva
Nadei em
rios e não vi espelhos
Afundei
em mares
Encontrei
Poseidon fora do templo
Nunca
conheci a deusa,
Tampouco
fui Medusa.
Mudei de
ares,
Encontrei
relevos,
De
perfeitas imperfeições
Dancei
tangos sem musica
Boleros
sem companhia
Senti
perfumes sem flores
Vi
monstros onde só havia a bruma do que desconhecia
Como fui
cega diante de coisas tão essenciais?
Avistei
Cronus que me deu boas lentes
Equilibrei-me
no fio de aço
Ganhei um
guarda-chuva
Aprendi a
tecer redes de proteção
Eu e
minha alma encontramos o compasso
Da vida,
da arte e do amor
Crescemos
E dos
resquícios
A poesia
ficou.
CANÇÃO E
POESIA
Marcia
Mendes
Caminho à
margem do teu rio,
Que não é
calmo,
Em trilha
de areia áspera
Onde o
vento zune
E o mar
se esconde
Na concha
dos teus lábios,
Frementes...
Amasso as
folhas secas do regato
Arfa a
onda e me clareia o dia
Tua
imagem recente guardo no meu peito
O som da
voz ainda fala aos meus ouvidos
O sorriso
largo põe à mostra os dentes
Magia da
noite que lenta se aproxima
Cumpre
viver sem saber o fim
Com
alguma compostura,
Deixo
secreta nossa paisagem
Sob um
jardim azul de lilases
Que
espalha aroma por novos ares
Do
embrião onde começa a vida.
Um risco
maduro de se correr
O céu
testemunha meu silencio
E mudo,
ri de mim...
O
universo finge que não ouve
A onda se
levanta
A vida
avança, soa o florim
E o tempo
oscila por detrás da nuvem
O que
ainda é só canção e poesia.
Marcia
Mendes
É tudo muito lindo
ResponderExcluirQue dá vontade de imitar
Mas o trabalho me chama,tô indo
Depois lhe posto pra comentar!
Perdoe-me o chiste, a ousadia,
Com inspiração não costumo brincar
Já no primeiro,vi-me sonhando de dia
Porém influencio-me, fácilmente
E com sua caneca de ágathe,
Penso: avô? Posso ser eu, docemente!
Obrigada, Renato! Se bolinei suas emoções fico feliz! Continue a escrever!! Rsrs bjuss
ExcluirAmiga, poetiza de vida e da escrita.
ResponderExcluirParabéns pela sua obra.
Beijos no coração.
bonito...
ResponderExcluir