POEIRA NA
ESTRADA
Lucília
Dowslley
12.06.2012
É a morte
ainda em vida adeus sem som aceno olhar
Que me
fere e eu ainda faria amor mais uma vez
A última
vez sem hesitar até extasiar
É esta
instabilidade a sensação de mãos atadas
A
impotência no controle na transformação
Dos
acontecimentos que nos envolvem...
Não,
ninguém possui nada, pura ilusão
Sei, não
sou o único a sentir assim
Apenas
mais um na multidão e então
Quando me
dissolvo a cada eco dos eus sorrindo olhar
Nitidamente
percebo mais uma trilha a me aventurar
Sigo só,
eu e minha moto
Sou o sol
rasgando a estrada entre montanhas
Longe
ainda olho para trás saudade de você em mim
Parece
que isso não tem distância muito menos fim
As asas
partidas sangram mapeiam o que fui
Alguma
parte no seu peito ficou grudada
Versos
libertos voo dos corpos amantes
Solto e
frívolo na sua voz eu te amo fragilizou-se
Numa
brincadeira comum dizer sem sentir
Sabia eu
ser o seu gosto seu gozo mentir
Não
importa, quem sabe, apenas se você...
Deixa pra
lá, sigo só, eu e minha moto
Achei ser
o sol, mas não, eu sou apenas um de seus raios poesia
Veloz por
tempo e espaço explodindo poeira na estrada.
UM SONHO
NO OLHAR
Lucília
Dowslley
Pessoas
atraem pessoas aleatoriamente
Moléculas
em movimento fluente
Um além-mar
que não percebemos
Segue o
Tao suavemente
Caracol
escondido do sol
Nasce
cresce e vive
Retornando
girassol
Nos raios
gira e dança
Na
direção da luz
O caminho
pode ser expansão
Pode ser
introspecção
Siga a
chave mestra
Orquestrando
no ser
Intuitivo
coração
Lá nos
sonhos
Pessoal
melodia
Escrita
nas estrelas
Já sabe o
mapa
Se não
decifrou
Mais
motivos para estar aqui
Emoção,
aventuras, percepção
Limites há
tempos para trás ficou
Espuma,
sol, pessoas, anzol
Normal,
anormal, real, ilusão
Em suas
mãos o dom da decisão
Erros
acertos na tábua da relatividade
Deslize
entre os extremos
Equilibre-se
no meio
Brisa
assoprou
O voo nas
asas
Desconhece
o medo
Navegante
do mar
Chegando
a areia sabe
Seu amor
vai revelar
Ondas,
ondas a circular
Todo o
azul já contem as gotas
Toda gota
um sonho no olhar.
TINTA
Lucília
Dowslley
O que
faço?
O que
faço eu só vou responder
Se for da
minha vontade.
Nos meus
atos união, elevação
Inspiração,
consciência tranquila.
As cores
que pinto?
Cores da
vida
Cores do
amor
Cores do
ser.
Poesia,
arte, melodia
Livremente
fazer.
É isso
que propago
E por
isso nada devo, nada pago.
Se saio
de cara
Com tinta
pelos dedos
O que vão
pensar?
O que vão
falar?
Ah! Que
sou artista
Ou
pintora de parede,
Cartaz,
muro, rodapé.
Que
estava a roupa tingindo
Ou
entornei esmalte
E saí
fingindo
Que nada
disso acontecia.
Sei lá o
que vão pensar.
Só sei
que é tinta azul.
O que
importa é o que faço
Dos meus
sentimentos,
Dos meus
atos (coloco fé)
Se
aniquilo ou abraço
Se
continuo ou desfaço
Se
liberto ou amasso.
Faço como
tinta
Na cara
do palhaço
Com
fantasia canto poesia
Piruetas
sorrisos coloridos
Vou no
compasso
Da
melodia com emoção
Tomando o
espaço
Do
sorriso no coração.
Deixe a
tinta escorrer
Deixe o
corpo pintado
Deixe a
alma colorir.
Se saio
de cara
Com tinta
no dedo
O que vão
pensar?
Como vão
olhar?
Pensem
que sou artista
Que fui e
não voltei
Que
surtei de vez
Que sou
infantil
Ou tenho
bloqueio na mente
Que não
tenho higiene que sou diferente
Sei lá,
sei lá só sei que é tinta carmim.
O que
importa é o que faço
Dos meus
sentimentos dos meus atos (coloco fé)
Se
bloqueio se lanço
Se corto
se estanco
Se fluo
se manco
Aí está a
diferença
Quem faz
guerra quem paz faz
Se o
mundo está de cabeça para baixo
É melhor
plantar bananeira
E seguir
no picadeiro
Colorindo
os dias
Sei do
que posso do que não quero
Do que
não gosto do que sou capaz.
Faço como
tinta
Na cara
do palhaço
Com
fantasia canto poesia
Vou no
compasso
Da
melodia com emoção
Tomando o
espaço
Do
sorriso no coração.
SINO
Lucília
Dowslley
Esta
previsibilidade
Do que
possa acontecer
Esta
cheia de possibilidade
Camuflada
para poder perceber
A
engrenagem da modernidade
O
instante pulsar viver
Equilibrando
com criatividade
Técnico
natureza ser e ter
A balança
da novidade
Entre os
extremos sem se conter
Movimenta
a todos sem limite de idade
Não
importando quem vai vencer
Acelera o
passo na cidade
O que
você quer
Eu também
posso querer
Mixadas
paralelas realidades
Esvazie a
mente
Não tente
entender
Escuta,
toca o sino sem piedade
O que
tiver de acontecer vai acontecer
Doa em
quem doer.
BATISMO
Lucília
Dowslley
As
faíscas na escura noite
Vinham de
parte próxima
E ao
mesmo tempo distante
O que li
nos olhos jamais esquecerei
Como
poderia?
Caminhando
entre antigas árvores
Sábias
mestras das trilhas
Fortaleza
em mim estabeleceu
Toda voz
pode se calar
Sozinha
eu não estarei
Chama que
se incendiou
Lamparina
do meu ser
Vou além-véus
Flutuante
dos anéis
Sigo mais
acima o farol
Aponta-me
grande pena
Instrumento
prometido
Palavras
douradas num carrossel
Envolvem—me
tatuando a alma
Estrelas
se movimentam
Formam um
lago espelhado
Curvo-me
Vejo a
minha imagem
Um nome
se formando
Mergulho
em mim
Ouço em
coro chamarem:
“Desperta
POETA”
Agora uma
única voz
Suave ao
pé do ouvido
Antes dos
olhos abrirem:
“Acorda
Poeta”.
PROFILE
Lucília
Dowslley
Já não
cabe nas palavras
Todo
sentimento transbordando
Nas
lágrimas gratidão.
Não, nada
capaz de desintegrar
Esta
partícula de amor
Viajando
nos espectros do meu ser.
Quero um
brinde fazer
Galopando
nos versos
De uma
poesia livre.
Muito
além de qualquer convenção
É o que
manifesto rompendo algemas
Por
séculos além-dimensão espaço tempo.
Esta é a
minha vida e digo sim.
Mais do
que tudo. Mais que o querer.
É o grito
do meu ser.
Eu sou
poeta.
TRAÇOS
Lucília
Dowslley
Palavras
coloridas que se perderam no branco nada vazio
Poderiam
criar asas desenhar novo mundo de traços originais
Delinear
projeções aspiradas por jovens poetas dos sonhos
Aqui na
Terra e um pouco além,
Saber que
um desejo pode ser mais que vontade
Quando o
pulso vem explodindo paixão, essencial espectro divino
Sopro na
alma de todo ser que um dia aqui passou sensibilizou amou
Simples
assim e por isso mesmo complicado,
Por isso
e mais além se aventurar
A
matemática da criativa existência
Deslocando-
se entre dois estreitos caminhos
A chave
mestra da vida aqui agora tempo espaço ser estar equilibrar
Um
celebrar de vozes a tilintar no ar, fazer viver valer um brinde à poesia.
TEU NOME
Lucília
Dowslley
E se
príncipe eu for
Escondido
neste frágil corpo
Tão
pequenino
Causando
em ti apenas
Um leve
apego singelo
Chorarias
a noite toda
Sentindo
ter perdido
Para
sempre do amor o elo
Ocultarás
teu verdadeiro sentir
Enclausurar-te-ás
na torre da solidão
E ainda
que eu te traga
Doces
melodias compostas
Alados
seres encantados
Magia e
formosa fantasia
Sonhos,
carisma, poesia
Ainda
assim tua rispidez não retiraria
Porque o
mais sentir
Pelo
externo do teu querer
Ego
humano escaldado
Por
paixões elevadas da ilusão
Dominar-te-iam
Oh! Doce face
serena criança
Não
queres crescer?
Sou em ti
teu próprio príncipe princesa
Jardim de
realezas
A tudo
posso oferecer
Não sabes
ou finges?
Pois sei
que já sentistes
No teu
resistente pulsar
O sol em
junção com a lua
Derramar
sinais gotejantes estrelas
No céu
desta noite
E tão
alto a ponte
De anjos
em missão visam te confortar
Luminares
de trilhas sombrias
Sopram no
ouvido
Tua
térmica melodia
Olhas no
vértice prateado
Estarão além-sonhos
Vasto
índigo manto
Cobrindo
todo o pranto
Em mar
espelhado se transformando
Cavalga
branco robusto corcel
Tu
Renasceste principado
Desprezo
de culpas
Avarezas
turbilhões
Corrosivos
nocivos
Então não
sabes ainda
Na alma o
teu nome?
Vais para
fora agora
Não
contentes mais nada
Entregas
nas linhas
Pisantes
do destino
Caminhas
na Terra
Espalhas
ao mundo
Luz em
sonhos apaixonados
Delírios
de um vivente
Agora,
sem mais adiar digo-te
Assumas:
teu nome é POETA.
PELOS
CHÃOS DO PARAGUAI
Lucília
Dowslley
Pés azuis
me guiaram pelos chãos do Paraguai
Tererê na
mão saciando a sede do corpo
Palavras
alimentando a fome de conhecimento da alma
Pés azuis
me guiaram pelos chãos do Paraguai
Ver a
realidade das ruas do Centro, do Mercado
Perceber
certa semelhança com os países do Sul América
Precárias
condições, crianças no trabalho, idosos sofridos
Sobreviver
pra viver. Isso é viver?
Pare,
pare pra reconhecer
Um pedaço
de cada um em nós
Um único
ser.
Pés azuis
me contaram de seus sonhos, seus ideais
Semelhantes,
iguais aos meus: união, liberdade, solidariedade
Paz, na
prática, quanta diferença faz
No dia a
dia destas crianças pedindo, fazendo o que for
Preciso,
possível por uns guaranis.
Pés azuis
me guiaram pelos chãos do Paraguai
Mostraram,
cantaram, contaram, emocionaram
Somos
todos sonhadores poetas artistas da vida.
Seja no Brasil,
Paraguai, Bolívia, Argentina
México,
Peru, Chile ou qualquer país Sul Americano
Central,
Norte ou de outro continente, plantar a semente
Criar
células deste amor para transformar a realidade social, econômica
Converter
a cultura de massa, quebrar o funil modelador
E com
justiça, trabalho, dignidade, alimentação, amor.
Vivermos
em união, em paz.
Com pés
azuis pelas nuvens no céu de nossas consciências.
CARMIM
Lucília
Dowslley
Algo
estranho talvez perigoso
Algo
semelhante, mas desconheço está se aproximando
E se eu
disser que tenho medo
Se eu me
ajoelhar confesso réu
De olhos
fechados acreditando tocar os céus
E se eu
me espelhar em fatos passados
Recolocar
os anéis mesmo sabendo que não somos fiéis
A criação
do mundo, as dádivas da natureza
As divindades
celestiais, aos espectros cromáticos
Como são
cruéis os arranha-céus
Vistos
daqui debaixo nesta hora de correria
Os
caminhos daqueles que não vestem as regras ditadas
Mãos
atadas cheias de ataduras
Não há
proteção nem mesmo armadura
Como são árduos
os encontros
Daqueles
que libertam as asas do ser
Na ilusão
dos próprios passos poderem viver
E os
pobres marionetes alinhados a rotina
Cegaram
as suas mentes adormeceram seus sentidos
E se eu
puder mudar as peças
Inverter
os valores
Gritar
verdades adormecidas
Fazer
valer a lei da causa e efeito
Valorizar
os resgates
Suplicar
por amparadores
Despertar
consciências?
E se você
viesse algo mudaria pelo menos para mim
O meu
coração aceleraria retiraria as celas mordaças
Os ecos
dos não stop no acrescentaria um pouco de sim
Oh meu
Deus! Lembra os dias ecoavam sem limites
Foram as
escolhas que há muitos eu fiz todos nós fizemos
Não tenha
pena parece que não tem fim
Nãooooooooooooooooooooooooooooooo!
Soa bem
fino como um violino lacrimejando ao longe
Raso
segredo dá um frio na barriga um arrepio um medo
Vontade
de sair correndo, atirar-me num abismo
E vestir-me
de noite
Sons da
alma chamam os meus passos lentos
Desprendo-me
das asas
Despeço-me
das máscaras
As
janelas abertas fragmentos luz penetra
Os meus
olhos azul sem limites na terra no céu em mim
Um
encontro nada carnal
Não seria
eu ser humano normal
Por criar
personagens no meu viver?
Vesti a
fantasia para poder esquecer as duras pedras
Não são
muletas nem desculpas
Só a
minha própria sombra a revelar se na luz
Vou te
dizer sinceramente acredite
Nada foi
por mal nada foi para machucar
Não quero
ser aquele que apagou as estrelas
Pisoteou
os sonhos
Pichar de
carmim os pés
Silenciou
os ventos e calou se quer as estrelas
Retiro-me,
mudarei o caminho
Não sou
flor sem espinho sou sozinho em muitos sonhando
Um pouco
do além do previsível, além da capacidade, do permitido
Sou só
alguém que amou e esqueceu se de fechar a porta.
Só sabe
mesmo da dor quem sente a dor em si.
PROMESSAS
Lucília Dowslley
Promessa
de um longo dia
Que não
se pode esperar
Ilusão na
fantasia
De quem
precisa acreditar.
Os pés
sujos
As mãos
vazias
O olhar
calado
Quer
gritar.
A dor da
gente
Não se
abafa
Com panos
quentes
Luxúria,
diversão
Entorpecentes
Ou pedaço
de pão.
Para
estancar o sangue
E as
lágrimas que escorrem
Basta
mais que olhares
Esmolas
ou sermões.
Quem se
importa?
É a dor
da gente
Que sente
O coração
sangrar
O corte
na carne
A morte
em vida.
Você não
vê
O sonho
desencantar
No
pesadelo que vivemos
Obrigados
acordados.
SUBMUNDO OBSCURO
Lucília
Dowslley
Eu não
tenho um lar
Eu não
tenho uma família
Eu não
tenho um nome
Perambulo
pelas ruas da cidade
Perambulo
sem rumo sem direção
No canto
do olho onde quase ninguém presta
Atenção
porque não me enxergam
Disfarçadamente
escorre uma lágrima
Uma
lágrima em forma de grito
Rola pela
minha face como se rompesse o silêncio
E todo
espaço escuro num raio de revolta
Um raio
de emoção indescritível
Um raio
de dor deixando manchas vermelhas
Marcas de
um caminho dolorido
E ainda
existe uma criança
Uma
criança no meu coração
Que sente
medo, fome, frio
Ainda
estou assustado
Ninguém
percebe isso
Escrito
nos meus olhos, na minha face
Como um
presidente do submundo obscuro
Minha
vida repassa em feixes
De cenas
que deixaram marcas eternas
E agora
chega o momento do juízo final
O
estrondo que disparou não foi apenas
O de uma
lágrima correndo na minha face
Como um
grito desesperado pedindo socorro
Mas sim o
de uma cena forte mas comum
Comum
neste mundo injusto e cruel
Um
disparo...
Uma bala
disparada...
Uma bala
disparada acertando o alvo...
O alvo
caindo ao chão...
No chão
eu...
Eu
criança roubando para sobreviver
Como um
presidente do submundo obscuro.
CACHOEIRA
Lucília
Dowslley
Minha
cachoeira
Corre
corredeira
Água na
ladeira
Vai
lavando a gente
Toda lá
por dentro
Leve fica
o peito
Desta
choradeira
Que a
vida corre
Corre a
vida inteira
Se
mergulha fundo
No fundo
é amor
Tudo que
se sente
Brota na
semente
No sonho
ou na mente
Vislumbrando
o dia
De raiar
contente
Sente
transparente
Gota
reluzente
Espalhar
seu canto
Isso é
inerente
Designadamente
Nada que
se entende
Corre
consequente
Ciclo que
é corrente
Independentemente
Daquilo
que se sente
Flui
fonte incandescente
Além do consciente.
PARTE II
Se não
compreende
Feche os
olhos tente
Tudo é
vazio
Trocando
formato
Constantemente
Tempo e
espaço
Já tão
transparente
Na alma
escorre
Fonte
inesgotável
Elemento
agente
De toda
emoção
Rege
equilíbrio
Razão voz
poesia
Coração
canção.
TRIPULANTES
Lucília
Dowslley
Lanço-me
Um pouco
além de mim
Navega um
barco assim
Dois são
os seus viajantes
No mar
esfera circulante
Não assim
tão distante
Encontra-se
presença latente
Luz
feminina anima
Todo
tripulante
Por
demais ser envolvente
Ao redor
outras importantes
Imaginadas
criaturas
Também
deste meu universo
Criptográfico
particular
Um crisol
a filtrar passantes
Vagando
distantes
Destruidores,
errantes
Da Terra,
do criador
Mulher
dilacera além-carmim
Conforto
no mineral espelhado
Sinal da Paz
repousa e contempla
Nas penas
de uma garça
Bandeira
ali hasteada
Um eco
liberta
Anuncia
um novo tempo
Na mesma
face
Lágrima a
descer
Traz a
vida nova vida
Futuro a
prometer
Já vai
chegando então
No ar
lançando a rede
Um velho
pescador
Vê-se a
lua em seu cabelo
Fio a fio
prateando
Outro com
seu barco
Logo
adiante
Limite
vai rompendo
Não do
físico mas por dentro
Das ondas
turbulentas
Correnteza
das profundezas
Nas
linhas do horizonte
Mistérios
ainda turvos
Para os
seres viventes
Aprendizes
do verbo amar
Então se
falo do mar
Gotas do
azul vão rolar
Porque
assim é a vida
Assim a
vida é
E mais
próximo do que todos
Um menino
a pensar
Que rumo
seguir
Onde vai
chegar
Se vai
acertar
E
escolhas são como
Grãos de
areia na praia a contar
E esta
história não tem fim
Bela por
isso a existência
Em
essência somos nós
Cocriadores
desta arte
Colecionar
conchinhas, caracóis
Palavras
corações mapas
Na
montagem da peça final
Viver
navegar amar é preciso.
FLAMEJANTE
Lucília
Dowslley
Estou
solto nas ramificações da terra
Pés no
barro, esbarro nas sombras.
Sou uno
com a imagem serena
E ao
mesmo tempo selvagem.
A energia
em labaredas impera.
Toco
outros seres, eles somem, miragem.
Outros
aparecem comigo interagem.
Todo o
pulsar no meu plexo solar.
Tambor
ritmado com a fera.
Sopro
correndo pelos vales.
Solto
pelo espaço meus ecos de voz e canto
Encanto
que não sei descrever.
Sou eu
dançando nas cores
Pureza
descoberta, leveza.
Há nenhum
sinal de temor
Há uma
incansável vontade de viver
Um
flamejante fogo do amor
E esta
sensação de nunca ter fim
Esta
melodia, esta viagem em mim.
NO MEU
PEITO O SOL
LUCÍLIA
DOWSLLEY
O sol
desceu pelo meu peito dourando todo corpo
Montanhas
do meu ser sombreadas revelam o caminho
Recordo
em sonhos os passos diluídos na areia do tempo
É aqui exatamente
onde estou que deveria e quero sentir
Mais que
desejo, vontade infinita transbordante
Além do
horizonte linhas que se fazem a cada giro da esfera
Um
mistério entre raças e espécies guardado além-mar
Viajantes
do tempo, aventureiros nas ondas, se lançam
Escala
sonora além-dimensões, oitavas transmutarão
Todo
sentimento de dor, toda necessidade do corpo
E pelos
quatro cantos do mundo, um clarão há milhões anos luz
A todos
envolverá com a força do homem índio da terra
Transbordando
os cinco elementos em equilibrada união
O que eu
sou eu sou eu sou aqui estou.
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